sábado, 5 de novembro de 2016

Para memória futura

A contabilidade dos gostos no Facebook é uma tentação a que poucos conseguem resistir. No meu caso, o Facebook é um instrumento de divulgação da Biblioteca Pública em geral e da (minha) Biblioteca de Évora em particular. Os "gostos" são, por isso, pouco relevantes. O que me interessa é que a mensagem vá passando e crie raízes no pensamento das pessoas.

Sei que várias pessoas deixaram de me seguir porque "eu só falo de bibliotecas", mas isso não me incomoda por aí além. Eu também deixei de seguir várias pessoas, essencialmente porque não me interessa saber tudo o que querem contar-nos sobre as suas vidas: onde estão, o que comem, o que compram... Em contrapartida, sigo várias pessoas que não conheço pessoalmente (e a quem, por essa razão, não tenho a lata de pedir amizade) porque têm opiniões que gosto de conhecer, trazem novas perspectivas a assuntos que a minha cabeça já catalogou e arrumou, porque me fazem questionar as certezas absolutas, porque são fontes de informação, porque trazem algo novo.

Mesmo consciente de tudo isto, há silêncios ensurdecedores e há comentários infelizes, que me fazem questionar o tempo que vivemos em conjunto, a amizade ou pelo menos, a camaradagem e o respeito que pensava existirem. 


Ao contrário do que parece evidente, não me parece que tenha sido eu a iludida. Verifico que a ilusão foi dos outros, dos que não aceitam que eu seja diferente da pessoa que projectaram em mim: apenas mais uma ovelha dócil no rebanho, apenas mais uma vontade facilmente convertida ao que é supostamente "melhor para os meus (seus) interesses" ou, pior ainda, alguém que apenas existe enquanto concorda connosco e nos é útil.


Compreendo. Fora destes parâmetros todos a minha existência e persistência é imperdoável. Eu também não desculpava.

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